Mestrado em Geografia sela 100% de crescimento na pós-graduação do Centro
O ano de 2018 trouxe crescimento significativo na área de pós-graduação da Universidade do Estado do Pará (Uepa). Para fechar o período, no último dia 20, a Capes aprovou o mestrado em Geografia no Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE), que lançará edital para seleção de sua primeira turma em 2019. Os resultados não vieram por acaso, são fruto de uma vontade comum das gestões da Universidade, do Centro e, principalmente, dos professores em atender a demanda de pesquisa no Pará.
O mestrado em Geografia terá duas linhas de pesquisa, Dinâmica Socioespacial do Território no Campo na Amazônia e Dinâmica Socioespacial do Território na Cidade da Amazônia, e, neste primeiro momento ofertará dez vagas. O corpo docente é formado apenas por geógrafos, sendo oito doutores da Uepa e dois da Ufpa. O professor Willame Ribeiro é o responsável pela elaboração do Aplicativo de Proposta de Cursos Novos (APCN), – nomenclatura dada pela Capes para os projetos -, e reconhece o impacto que a pós-graduação terá no Pará.
“Significa muito não apenas para a Geografia da Uepa, mas também para a Geografia no Pará e adjacências. Até agora, existia apenas um curso de pós-graduação no estado, que era o da UFPA. As linhas de pesquisa destes professores também são diferentes das nossas. Com isso, vamos atender uma demanda reprimida de educação continuada para os nossos alunos. Mas, principalmente, o que é transversal ao atendimento que estamos propondo, que é o ensino da Geografia”, comentou o professor, que deve assumir a coordenação do programa.
O anúncio da aprovação pela Capes foi muito comemorado por todos os envolvidos, em especial para quem é da área. “Foi uma vitória muito grande. Aprovamos um mestrado acadêmico específico da Geografia, que é algo muito complexo. Nossos professores doutores são bastante jovens e nosso curso de graduação é relativamente novo. Por isso, considero essa uma vitória muito expressiva”, celebrou Ribeiro.
Para o vice-reitor Clay Chagas, que é doutor em Geografia e participou da gênese do projeto quando ainda nem compunha a gestão superior, o ritmo de expansão da pós-graduação na Uepa precisa ser crescer com responsabilidade. “A Universidade é muito nova. Em 2018 aprovamos dois doutorados e três mestrados, isso é muito significativo. Estamos buscando um crescimento sólido, que possa ser sustentado a longo prazo. E o mérito não apenas dos professores, que têm se dedicado em construir boas propostas, mas da Propesp (Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação ) e das gestões. Toda essa mobilização gera maturidade, tanto para a Instituição quanto para os pesquisadores”, ponderou Chagas.
Nesse caso, a proposta levou quase um ano para se concretizar e foi aprovada na primeira tentativa. O quadro de doutores da Uepa, são quase 500 hoje, vem ajudando a dar solidez para o Stricto sensu, mas não é o único aspecto. “(a pós-graduação) é outro sistema de ensino, com um nível maior de complexidade, diferente de uma graduação. Por isso é preciso criar uma espécie de ‘cultura’ para a pós-graduação.”, acrescentou o vice-reitor.
Ainda esse mês, a Uepa realiza um novo seminário de APCNs, buscando manter o crescimento. O primeiro foi organizado pela Propesp no início de 2018, e o pró-reitor de Pesquisa, Renato Teixeira, credita a essa iniciativa o começo de um compromisso claro da Instituição com a oferta de novos cursos e outros desafios ainda maiores. “Tivemos um salto de qualidade em 2018. Aprovamos dois doutorados e passamos a integrar a Bionorte, ou seja, temos hoje quatro doutorados. Isso significa que vamos poder concorrer na próxima chamada para internacionalização, que só aceita instituições com mais de dois doutorados”, antecipou. Algumas propostas não aprovadas serão revisadas e outras já são esperadas. “Queremos em 2019 seguir esse caminho de ampliação”, avaliou o pró-reitor.
CCSE
O fomento à pesquisa também é um compromisso da gestão do CCSE, que aumentou em 100% seu número de pós-graduações Stricto sensu em 2018, sem contar as novas especializações lato sensu lançadas durante o ano. “Uma das bandeiras que levantamos na campanha foi a da criação de novos cursos e educação continuada de nossos alunos, o que ao mesmo tempo desenvolve pesquisa e mão de obra mais qualificada para o Estado. O nosso Centro tem a vocação da licenciatura, ou seja, formamos quem vai formar o futuro profissional para o mercado de trabalho. É uma responsabilidade muito grande, por isso vemos a urgência em produzir conhecimento que atenda as especificidades amazônicas como grande prioridade”, explicou o diretor do CCSE, Anderson Maia.
Para viabilizar e incentivar os professores a criar APCNs com chances e aprovação, o gestão do Centro indicou coordenadores para Stricto sensu, professor Douglas Conceiçao, e Lato sensu, com o professor Benedito Valente, que está à frente da Coordenação de Apoio ao Desenvolvimento da Pesquisa, Ensino, Extensão e Pós-graduação (Coad). Eles são encarregados de acompanhar com os professores o desenvolvimento dos projetos e compartilhar expertise de propostas bem-sucedidas.
Os investimentos estruturais, como a criação de laboratórios de pesquisa – parte das exigências da Capes para aprovação – aquisição de livros específicos, entre outras providências que cabem à gestão são abraçadas pelo CCSE. “Apoiamos no que for necessário para que as propostas obtenham êxito. Por isso, convidamos todos os professores do Centro com ideias de cursos novos a procurarem o auxílio da gestão”, convidou o diretor.