CCSE apoia egressos de Música em pauta com a Seduc
Cerca de 100 professores egressos dos cursos de Música, do Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE) da Universidade do Estado do Pará (Uepa) e de Dança e Teatro da Universidade Federal do Pará (UFPA) estiveram na manhã de ontem na sede da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) reivindicando o direito de terem seus diplomas de Artes reconhecidos pela secretaria, que se recusa a nomeá-los no concurso ao qual foram aprovados para a área de Educação Artística. A direção do CCSE também participou do ato e intermedia a resolução do problema junto à Seduc. A secretaria Leila Freire os receberá para uma reunião na segunda-feira, 8, às 16h.
Os professores concursados de Artes Visuais, Música, Dança e Teatro, realizaram o protesto pela aceitação dos seus diplomas para efetivação da posse no concurso para professores da rede de ensino básico realizado pela própria Seduc, no mês passado. “Apenas os professores que possuem titulação em Educação Artística estão tendo seus diplomas aceitos, sendo recusados todos aqueles que possuem diplomas oriundos das Licenciaturas da Uepa e da UFPA, mesmo após as universidades já terem esclarecido a Seduc que os cursos de Educação Artística foram substituídos pelas Licenciaturas para atender a LDBEN de 1996”, explicou o professor Wagner Alonso, um dos prejudicados pelo erro.
O problema se originou no entendimento equivocado por parte da Secretaria de que os cursos de Educação Artística promoveriam uma formação polivalente, produzindo profissionais generalistas e, portanto, aptos para o ensino na rede de ensino básico de todas as formas de expressão artística: Artes Visuais, Música, Dança e Teatro, enquanto as Licenciaturas promovem uma formação específica em apenas uma delas.
Entretanto, os cursos de educação artística, enquanto existiram, também formavam profissionais com habilitações específicas. “Por exemplo, a UFPA possuía o curso de Educação Artística com habilitação em Artes Plásticas e Música, e a Uepa, com habilitação em Música. O problema criado em torno da nomeação e posse dos professores de Artes aprovados no concurso consiste na arte entendida como conhecimento supérfluo para a educação básica, além do resgate da figura de um professor polivalente, concepção há muito superada pelos debates produzidos nas últimas décadas em torno do ensino de Artes, configurando portanto, um retrocesso para a formação dos nossos alunos da rede pública de ensino, pensamento este que é uma herança de gestões passadas”, desabafou o concursado.
Atualmente, já existem em plena atividade na rede, professores oriundos das diversas licenciaturas citadas. O diretor do CCSE, Anderson Maia, esteve no ato e trabalha diretamente da mediação junto ao Governo desde que foi participado pelos egressos do problema. “Temos a missão de seguir acompanhando nossos ex-alunos. Nossa relação não se encerra ao fim do curso. Não poderíamos ficar de braços cruzados até por entender que eles estão com a razão e precisam ter seu direito assegurado, por eles e por uma educação básica de maior qualidade no Pará”, afirmou Maia, que também participará da reunião de segunda.