Mesas sobre inclusão e início das oficinas movimentam a comunidade do CCSE
As atividades do segundo dia da XXIV Semana Acadêmica do Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE) reuniram temas da vivência acadêmica nos turnos da manhã e tarde. Os alunos inscritos no evento puderam dar início ao aprofundamento de seus estudos em outras áreas com o primeiro dia das oficinas e minicursos ofertados. As atividades foram desenvolvidas nas salas do Centro.
Os estudantes puderam ainda acompanhar novas abordagens de temas que estão cada vez mais sendo cobrados dentro do meio acadêmico em mesas sobre adoecimento mental; a prática educacional em diversos ambientes; e folguedos populares.
Uma das mesas sobre inclusão que ocorreu nesse dia 5 de novembro abordou o tema ”Educação de Surdos na Atualidade” e teve como um de seus objetivos mostrar a dificuldade de inserção dos profissionais surdos com formação em Letras Libras no mercado de trabalho. “Já são quase 20 anos da regulamentação da Língua Brasileira de Sinais e esse cenário (da não inclusão dos surdos no ensino de Libras) não tem mudado”, relatou Ozivan Perdigão Santos, professor do curso de Letras Libras.
Além de trabalhar a Língua Brasileira de Sinais como uma grande área de conhecimento, os debatedores analisaram os novos avanços propostos pela Base Nacional Curricular Comum (BNCC).
Para a professora Rita, de literatura do curso de Licenciatura Plena em Letras Libras, deve-se olhar para a língua de sinais como seria feito com qualquer outro sistema de signos utilizado para comunicação. “Como a Língua Brasileira de Sinais não é oralizada, mas sim gestual. Isso causa um estranhamento das pessoas que não fazem o uso dela. E isso pode trazer um pensamento errôneo de que não tem literatura e possibilidades de construção de narrativas a partir da Libras”, disse.
Ser interdisciplinar, é preciso
As oficinas disponibilizadas pelos cursos do CCSE trazem com muitas inovações o intercâmbio de informações, cada vez mais urgente, entre diversas áreas do conhecimento para o universo acadêmico, mesclando teoria e prática a todo instante.
Os universitários das licenciaturas puderam expor os seus projetos de ensino, extensão e pesquisa e, assim, fomentar e mostrar as novas descobertas que estão sendo desenvolvidas dentro dos círculos acadêmicos do campus I. Dois grandes exemplos que buscaram provocar esse olhar científico mais amplo foram as atividades conduzidas pela professora Diana Lemes, do curso de Licenciatura Plena em Pedagogia, e, pelas alunas das Licenciaturas em Biologia e em Química, Carla Renata de Oliveira Carneiro e Gabriela Marina Silva Trindade — com o acompanhamento da professora Ionara Terra de química.
Oficina “Educar para Promover a Vida no Trânsito”
Promovida pelo Grupo de Pesquisa Pedagogia em Movimento (GPem) , reconhecido desde 2016, iniciou o debate deste primeiro dia fornecendo explicações e noções gerais dos elementos que envolvem a vida no trânsito para os participante. Um dos conteúdos teóricos trabalhados como nivelador de conhecimento foi o capítulo cinco do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) vigente. As atividades desta oficina seguem até a sexta-feira, quando se pretende mostrar os resultados.
Para a professora Diana Lemes, responsável pela oficina, os professores e todos os envolvidos no processo de ensino devem ter as noções de trânsito, porque a educação para o trânsito, de acordo com o artigo 76 do CTB, tem que estar presente nos conteúdos trabalhados pelas instituições escolares e universitárias por meio de parcerias interinstitucionais. “As nossas pesquisas vêm apontando a necessidade de trabalhar essa temática na formação do professor, porque o Código (de trânsito) prevê que a educação para o trânsito tem que ser trabalhada desde a educação infantil até a universidade”, declarou.
Além de esclarecer esses detalhes, a docente também acrescenta os integrantes do GPem, antes de realizarem seus trabalhos, participaram de treinamentos junto a entidades como o Departamento de Trânsito (Detran). “Nós fizemos formação, pelo projeto de extensão, no Detran e, a partir dessa construção junto com o departamento, vimos sistematizando em oficinas, eventos e cartilhas”, disse Lemes.
Oficina “Sabão Artesanal e o Meio Ambiente”
Os pesquisadores e aplicadores da atividade decidiram elaborar esta proposta, porque, em meio aos seus estudos, notaram que há muitas pessoas que realizam o descarte irregular do óleo que utilizam e que muitos ainda veem a química como algo fora das suas vivências. Além disso, viram a produção de sabão artesanal com esse material, que seria descartado indevidamente, como uma opção de resolução desse problema e meio de conscientização. “As pessoas não conhecem as práticas de utilização alternativa do óleo. A ideia é que aprendam a fabricar o sabão e a importância disso”, disse Juliene Barbosa, uma das explanadoras da oficina.
A procura pela tarefa foi tão grande que as 20 vagas iniciais não foram suficientes para suprir a demanda. E mais dez lugares foram disponibilizados. Esta oficina durou somente um dia.
Além dessas atividades, a Semana seguirá com uma programação diversificada até o dia 8 de novembro.
Texto: Wesley Lima/ Ascom CCSE.
Foto: Lays Lago/ Ascom CCSE e Eduardo Rodrigues.